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Praia de Iracema: um mar de histórias e deliciosos encontros

De praia do Peixe à Praia dos Amores, até finalmente, Praia de Iracema. O nome da praia que protagoniza os mais diferentes episódios da história de Fortaleza mudou ao longo de quase dois séculos, conforme os usos e ocupações de seu entorno. Situada na primeira zona portuária da então província do Ceará, a então Praia do Peixe, foi o cenário por exemplo, da luta antiescravista liderada pelos negros José Luiz Napoleão, Tia Preta Simoa, Francisco José do Nascimento (o Dragão do Mar) e outros mais de mil manifestantes que se opuseram ao tráfico interprovincial de escravizados.

Na virada do século XX, já ocupada por casarões como o da famosa Vila Morena (hoje, Estoril), a praia era usada somente para banhos com fins terapêuticos, preventivos e curativos. Somente nos anos 50, esse pedaço do nosso litoral passa a ser visto e utilizado como espaço de lazer.

Mas a PI, como hoje é intimamente chamada pelo Fortalezense, é de muitos outros encontros, como o do pessoal do Ceará com Ednardo, que cantou as longarinas da Ponte dos Ingleses, reformada na década de 90 e ponto de encontro da juventude desde os anos 60.

Hoje, na democrática Praia dos Crush, todos os bairros se encontram. É lá que está  a turma dos esportes náuticos e também a turma da areia e do asfalto: canoístas, surfistas, bikers, coopistas, jogadores de vôlei de praia… O encontro da natureza com a arte pública, expressa nas obras de Leonilson e Narcélio Grud e dos muralistas que transformam o bairro numa galeria a céu aberto.

E é sob esse céu de Iracema que nasce este Jornal Cartaz! Aqui, vamos tentar dar uma pequena mostra desse espírito de luta, criatividade e festa, num astral que só quem caminha por essas bandas pode sentir e contar.

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Foto: Beatriz Bley

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Mapa afetivo da P.I

Em cada esquina, uma história pra contar, um abraço para dar, uma paisagem para contemplar. Percorra as ruas da P.I. e relembre seus encontros nesse território de amores e memórias.

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Senta, puxa uma cadeira

Mar de Rosas

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Uma casinha rosa, uma rede na varanda e um astral de praia sem igual! Se é clima de férias em casa de praia que você procura, então senta e puxa uma cadeira no restaurante Mar de Rosas. Comandado com simpatia por Manu do Vale, é o lugar ideal para quem quer comer petiscos e pratos do mar, acompanhados de uma cerveja geladinha ou de um bom drink.

Rua dos Tabajaras, 542

Quarta a Sábado: 11h às 23h
Domingo: 11h às 17h

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Foto: Jamia Figueirêdo

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Itália di Gabriele

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Um dos mais populares italianos de Fortaleza, com mais de trinta e cinco anos no mesmo endereço, o Italia di Gabrielle é também a casa do ítalo cearense, da região central da Itália, Marche, Gabrielle Simoncelli. Os comensais podem desfrutar de pizzas originais do tipo napolitano, com massa branca ou de massas com os mais variados e tradicionais molhos italianos. Uma típica cantina no coração da PI.

Av. Historiador Raimundo Girão, 36

Todos os dias, das 18h30 às 23h

Foto: Jamia Figueirêdo

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Endereços criativos e sustentáveis

Bodega Tropicana, um ateliê atraente na agitada rua dos Tabajaras
Autêntico, original e feito a mão no Brasil! Assim se auto define a Bodega Tropicana, um endereço atraente na agitada rua dos Tabajaras, da Praia de Iracema. Com design autoral assinado por Larissa Lopes, os acessórios são produzidos a partir de matéria prima natural, como madeira, ou continhas de vidro. Os colares, brincos, pulseiras e bolsas que conforme a designer, remetem à ancestralidade indígena e negra da Larissa. Um charme com impacto ambiental reduzido.

Bodega Tropicana - Rua Tabajaras, 610

13h às 20h, de terça à sábado.

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Foto: Jamia Figueirêdo

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É a cara da PI: Serginho, o geógrafo do Poço da Draga e sua missão de resgate do pertencimento do povo de uma localidade

Quem ainda não cruzou pelas ruas da PI com o Serginho? Francisco Sérgio Rocha é um elétrico e simpático geógrafo que conhece com a palma da sua mão cada rua e viela do Poço da Draga, seu lugar de origem. Conhecido como Serginho, desde 2006 dedica sua vida à valorização e propagação da memória dessa localidade através dos projetos Rolês na PI e Expresso da Draga. “ São atividades que, apesar de parecer de cunho econômico, porque poderiam estar enquadradas dentro do turismo comunitário, são atividades cuja intenção é gerar um retorno e uma retomada de entusiasmo no sentimento de pertencimento”, explica. Quem faz esse rolê vai se deparar com guias colaboradores, que são moradores do Poço da Draga, que ao relatarem suas vivências, ajudam a reconstituir a história desse lugar. “Vou evocar o Milton Santos, que é um geógrafo que admiro, para falar da minha visão sobre a Praia de Iracema e o Poço da Draga. Pra mim, são lugares de rugosidade. Isso significa que são espaços que atravessam tempos históricos distintos e passam por diversos usos: já foi região portuária, região boêmia, é região de moradia, é região de turismo e, sobretudo, é um locus de resiliência também. Porque historicamente, o litoral era rejeitado pela sociedade. O mar era um lugar de dejetos e, hoje, a faixa litorânea é o filé mignon das cidades. Mas nós, chegamos aqui, quando ninguém queria. Somos remanescentes das secas, que viemos de diversas regiões do Ceará. Então, acredito que a sociedade deveria nos ver como o povo que ensinou a cidade a dar o valor que a Praia merece”, conclui.


Rolê na PI com Serginho:  85.986367842

Um Leonilson pra chamar de nosso!

Artista visual, desenhista, gravador, pintor. José Leonilson Bezerra Dias (Fortaleza, Ceará, 1957 - São Paulo, São Paulo, 1993), ou simplesmente, Leonilson é um dos expoentes da chamada Geração de 80 das artes visuais no Brasil. Consagrado no circuito de arte paulista, onde viveu desde a década 60, cursou educação artística na Fundação Armando Álvares Penteado (Faap), e foi aluno de Julio Plaza (1938-2003), Nelson Leirner (1932). 


Leonilson produziu pinturas, desenhos e esculturas. A partir da década de 80, tecidos, costuras  e bordados passaram a ser recorrentes em seus trabalhos. Conforme a crítica de arte  Lisette Lagnado, cuja análise completa sobre a obra de Leonilson pode ser lida na Enciclopédia do Itaú Cultural, o artista “foi movido pela necessidade de registrar sua subjetividade. Assim suas peças são

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Foto: Jamia Figueirêdo

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construídas como cartas para um diário íntimo”.

A Caixa D’água dos Peixinhos está permanentemente em exposição na Praia de Iracema, no calçadão, em frente ao Aterrinho, na altura do número 900 da Praia de Iracema. Criada em 1984, trata-se de uma torre  circular de 7 metros de altura, com um mosaico de pedra portuguesa nas cores preto, azul e branco.

 

Leonilson morreu precocemente, aos 36 anos de idade, vítima da Aids. Mas deixou um legado de quase 4 mil obras. Se for à PI, não deixe de ver essa, que é a sua única obra pública em Fortaleza!

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